Abandono animal

Chega a época de férias para muitos portugueses, e para além de muitas outras questões, surge a dificuldade em encontrara solução para os animais de estimação tão venerados enquanto não condicionam a vida dos seus donos.

Muitas soluções podem ser encontradas, tais como, deixá-los em casa de familiares ou amigos, pedir a alguém que trate deles para que não seja necessária uma mudança de casa, recorrer a hotéis para cães, pedir auxilio a associações de apoio aos animais, mas o mais fácil é recorrer ao abandono.

Se fosse uma criança, era considerada uma atitude desumana, inqualificável, irracional, mas como se trata de um animal, nem sequer é discutida.

Esta é mais uma das campanhas da união zoófila, que tem como objectivo despertar consciências.

Experimentação em animais

Como sabemos, os medicamentos que dispomos, antes de serem colocados no mercado são alvo de inúmeros testes a fim de comprovar a sua eficácia e controlar os possíveis efeitos secundários. Uma das fases de teste passa pela utilização de animais, em laboratório.
Acontece que muitas organizações de defesa dos animais têm vindo a contestar a sua utilização em experiências, que apesar de terem como finalidade melhorara a qualidade de vida do homem, comprometem a vida de muitos animais inocentes.

A comunidade científica prepara-se para acabar com a realização de testes em animais, dando lugar a experiências de base exclusivamente laboratorial e técnica, não representando assim quaisquer danos em animais, mas que pode eventualmente comprometer a viabilidade dos medicamentos colocados no mercado. É verdade que mesmo a experimentação em animais não é uma garantia de sucesso, uma vez que não há nenhum animal com características funcionais e estruturais exactamente iguais ao homem.

Creio que, por enquanto, os animais deveriam continuar a constituir uma forma de experimentação, desde que fossem cumpridas à risca as normas que regem a mesma, principalmente porque se olharmos para os benefícios tanto para animais como para humanos da descoberta de novos fármacos que possam vir a constituir forma de cura de patologias que até ao momento ainda não têm forma de ser tratadas.
Infelizmente, talvez as reivindicações surjam pelo facto de se saber que alguns laboratórios não tratam os animais com dignidade, chegando estes a ser torturados, e muitas vezes tendo destino incerto.

Se pensarmos bem, será válido experimentar medicamentos directamente em humanos, sem testes prévios que permitam um elevado grau de confiança em resultados positivos, ou que pelo menos não sejam excessivamente negativos para o homem? Estamos dispostos a correr esse risco em prol da defesa dos animais? Se não fosse este método, como teríamos agora uma diversidade tão grande de fármacos para a maioria das doenças? Teríamos evoluído num outro sentido ou ainda morríamos vítimas de pequenas constipações ou de outras patologias agora facilmente tratáveis?

Em suma, considero que o uso de animais deve ser ponderado, sendo levado a cabo apenas quando os testes têm como fim descobrir produtos que tragam benefícios para a humanidade, devendo a regulamentação ser mais apertada e a sua aplicação alvo de maior fiscalização.

Não há respeito...

O facto de haver falecido uma pessoa que muito estimava, fez com que tivesse que me organizar a fim de participar nas cerimónias fúnebres. Como sempre, há pessoas mais abaladas do que outras, e umas que respeitam mais do que outras a situação.

Como em todos os funerais a que fui havia os habituais comentadores, que só vão a estas cerimónias para ficarem bem vistos aos olhos da comunidade e para comentarem quem não foi, quem foi, o que levava vestido, como estava o morto preparado, se havia flores em quantidade, e para pôr a conversa em dia com pessoas com quem há muito não se contacta.

Mas esta situação atingiu dimensões fora do comum, o simples facto de um familiar que abandonou a terra quando ainda era criança ter comparecido para se despedir pela última vez, fez com que quase todas as pessoas presentes comentassem ser era ele ou não, e os olhares não eram para mais nada senão para ele, parecia que estava ali um Rei, ou qualquer pessoa fenomenal. Para além dessa pessoa naturalmente se sentir muito mal, é deprimente verificar que a dor fingida é uma realidade nestas situações, e um desrespeito para aqueles que realmente estão a sofrer com a partida de alguém importante.

As lágrimas que eventualmente me fugiram, não foram só de dor, mas também de revolta por não a ver respeitada.

Portugueses não pensam em sexo?!?

Segundo uma sondagem publicada esta semana na revista visão, há questão "Com que frequência costuma pensar em sexo?", obtiveram-se os seguintes resultados:

Nunca - 12,2%
Algumas vezes por ano - 18,3%
Mais que uma vez por mês - 16,8%
Uma ou duas vezes por semana - 16,6%
Três ou quatro vezes por semana - 11,8%
Mais de quatro vezes por semana - 17,6%
Não responderam - 6,8%

Sinceramente, não acredito que estes resultados traduzam a realidade.
Primeiro, qual é o mal de pensar em sexo? Nenhum, porque faz parte da vida de cada um.
Depois, como é possível alguém nunca pensar em sexo, quando se fala cada vez mais de sexo, há muitas brincadeiras com questões sexuais, debates e informações? Pelo menos este ano, as pessoas que responderam nunca já pensaram uma vez em sexo para responder à solicitação.
Mas talvez tenha havido uma interpretação interessante para dar as respostas. Quem responde "mais do que uma vez por mês" e pensar todos os dias, não estará a mentir, porque todos os dias é, efectivamente, mais do que uma vez por mês.
Está na hora de nos libertar-mos de complexos e preconceitos, porque uma sexualidade sã é fundamental para uma vida feliz, não só em actos, mas também em pensamentos.

Interesse português

Os meios de comunicação têm dado especial destaque às contratações do Real Madrid, provavelmente de forma exagerada, o que torna compreensivel que quase todos saibamos responder às questões sobre as mesmas. Porém, tenho a sensação que também se falou muito em eleições europeias, nos candidatos e, obviamente, nos resultados do acto eleitoral.

Estariam os portugueses desatentos? Creio que, no mínimo, exigia-se saber os nomes dos eurodeputados que lideraram as listas dos partidos.

Até parece que o Cristiano Ronaldo é que vai gerir os destinos de Portugal em relação à União Europeia. No fundo, está a contribuir para o comércio entre os estados-membro.

Votar a dobrar nas europeias

No passado dia 7, o Sr. Vítor Manuel Teixeira da Costa Santos fez a experiência e conseguiu votar em duas freguesias. Na sequência do pedido do cartão de cidadão foi-lhe automaticamente atribuída a secção de voto correspondente à zona de residência (Maceira - Leiria). Acontece que primeiro passou pela antiga secção de voto, respeitante ao local de nascimento (Golpilheira - Batalha) e o seu nome ainda constava na lista, ou seja, um erro informático. O problema é que não sabemos as dimensões do erro, especialmente porque decerto que foram muito poucas as pessoas que fizeram o obséquio de fazer o teste.

Segundo Nuno Godinho de Matos, porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, terão existido quatro ou cinco casos iguais a este.

Nesta situação, o eleitor terá cometido um crime que poderá ser punido com pena de prisão de seis meses a dois anos e multa de 100 a 500 euros.

Parece impossível, mas ao que parece não é, embora muito provavelmente venha a ser aberto um processo-crime pelo ministério público.

Diz que é uma espécie de democracia

Acabo de ler o livro de João Paulo Guerra, em que é apresentada uma selecção das crónicas publicadas no Diário Económico desde Outubro de 1999 num espaço denominado "Coluna Vertebral".

É um livro recomendável para todos aqueles que acompanham atentamente as questões políticas. Obviamente que não corroboro muitas das opiniões deste jornalista, mas a compactação dos casos mais relevantes de 9 anos de política em 254 páginas, permite-nos recordar as situações e concluir que passaram nove anos e no fundo pouco mudou. E desse pouco, é certo e sabido que mudou para pior.

Está claro que no meio disto tudo, há sempre aspectos que melhoraram, só que comparados com a crise que atravessamos, ficam remetidos a meros figurantes.

A verdade é que o tempo passa muito depressa!

Festival Silêncio

Entre 18 e 27 de Junho irá decorrer em Lisboa o "festival dedicado às novas tendências artísticas e novas expressões urbanas que cruzam a música com a palavra".

Um bom programa para quem gosta de boa música, e da sua conjugação com as palavras!

Para aqueles que como eu não tem disponibilidade para ir, ou vivem longe de Lisboa, só nos resta ver o programa em Festival Silencio e lamentar.

Novos Talentos 2009

O CD Novos Talentos Fnac 2009, dá continuidade a uma iniciativa que tem vindo a descobrir artistas desconhecidos.

Há que realçar vários aspectos. Em primeiro lugar, é de louvar iniciativas que promovam a música, especialmente porque sabemos que há por aí muito talentos escondidos em garagens e actuações limitadas a bares, e que podem muito bem ser o futuro da música portuguesa.

Em segundo lugar, o facto de a FNAC se associar à AMI, sendo as receitas do CD destinadas ao combate à Infoexclusão, só enobrece esta iniciativa.

Mais propriamente quanto ao conteúdo, é bastante interessante, sendo que algumas músicas são mesmo de qualidade muito elevada e acredito que terão sucesso.

Porém, há uma questão que não quero deixar de realçar. Na capa do CD há referência ao facto de este ser "O futuro da música portuguesa", e no fundo é a realidade, uma realidade preocupante quando olhamos que muitos dos nomes das bandas e das músicas são em Inglês. Este facto tem um aspecto positivo, que é mostrar que os portugueses estão cada vez mais à vontade com o Inglês, mas também é um indicador negativo, na medida em que a música em português vai dando lugar ao inglês. A culpa na maioria das vezes não é dos músicos, mas sim das exigências de um mercado que desvaloriza o que é exclusivamente nacional.

Aconselho este CD, mais propriamente 2CD's, pelos aspectos anteriormente referidos, mas também porque o preço é muito acessível em tempo de crise, uns modestos 4€.

Repugnante, inqualificável, desumano, ...

Nos últimos anos, os casos de abusos sexuais têm sido notificados de forma crescente. está claro que isto não significa necessariamente que existam em maior número, a meu ver tem mais a ver com o facto de as pessoas terem menos receio de denunciar os abusadores.

Se já é muito grave quando se trata de violação de pessoas adultas, torna proporções absolutamente repugnantes e mais do que condenáveis quando se trata de crianças. O facto de alguém ter qualquer tipo de situação sexual que envolva uma criança deixa qualquer pessoa fora de si. Digo qualquer pessoa, porque é impossível considerar estes seres abusadores pessoas.

Infelizmente as punições acontecem nas devidas proporções, sendo que muitas vezes não chegam mesmo a ser levadas a cabo quaisquer punições.

Também é importante alertar para o que as pessoas devem fazer (ou não devem fazer) em caso de violação, para que seja possível "apanhar" o criminoso. É importante não tomar banho, nem eliminar quaisquer vestígios do crime, sendo que as roupas não devem ser trocadas; devem evitar-se contactos com outras pessoas; durante o crime usar as unhas para tentar ficar com o ADN do agressor, ou mesmo arrancar cabelo; apresentar queixa nas autoridades competentes; deslocar-se ao instituto de Medicina Legal, a fim de serem recolhidas as provas do crime, de modo a conhecer o agressor e incriminá-lo.Depois é esperar que a justiça seja feita.

Mais importante do que punir os violadores, é zelar pelo apoio dos abusados, o que nem sempre acontece. É impossível ter noção de quanto uma experiência deste tipo pode interferir em toda uma vida, sendo verdade que alguns conseguem aparentar que conseguiram ultrapassar a situação, mas muitos outros, nunca conseguem ter momentos de felicidade pois estão marcados por uma situação da qual não são culpados.

É difícil cada um de nós fazer algo para ajudar estas pessoas que sofrem, talvez em silêncio, mas devemos pelo menos não "olhar de lado", porque nunca se sabe quando estas situações nos batem à porta.

Aconselho a ler o artigo do correio da manhã "124 abusadores presos num ano".

Demitir-se para ganhar credibilidade?!

Ontem a direcção do Benfica demitiu-se, tendo como principal mentor o presidente. É natural que este facto suceda, uma vez que vários têm sido os motivos de descontentamento para os adeptos, principalmente nas escolhas e consequentes resultados abaixo das expectativas.

Até aqui, tudo muito bem, só que há um aspecto que tende a mudar toda a perspectiva deste acto: o presidente tenciona recandidatar-se, sendo esta apenas uma manobra para antecipar as eleições e reforçar a liderança.

Eu sempre acreditei que devemos mostrar aquilo que valemos com trabalho e esforço. E a verdade é que não deixa de ser trabalhoso e exigir um grande esforço a preparação das eleições, e mais ainda, tentar convencer os eleitores. Mas estes presidentes esquecem-se que ganhar não significa sempre que se é bom naquilo que fazemos, muitas vezes é sim sinal de que não há candidatos melhores.

Mas pelos vistos está a virar moda. O anterior presidente do Sporting, Soares Franco, fez o mesmo e não lhe valeu de muito. Ganhou as eleições, mas não conseguiu reforçar a sua posição no clube nem resolver os problemas.

Não sou benfiquista mas, sinceramente, desejo que surjam candidatos que satisfaçam melhor as necessidades do clube e que, ao eleger um novo representante, se acabe com estas novas manias de mostrar autoridade de formas alternativas e não com competência.

E o grande vencedor é...

a abstenção!!! Resultado espectacular, maioria absoluta, o verdadeiro consenso não só a nível nacional, mas na União Europeia em geral.
Calma...afinal a abstenção é um partido ou um candidato? Desculpem, já não me lembrava que era o partido da desresponsabilização, ignorância, preguiça, acomodação.
Afinal não tinha estudado bem a lição, pois não considerei esta hipótese para mim!
Por este andar, quem for votar para a europeias vai ter direito a certificado de mérito para incluir no currículo, já que somos tão poucos.

Tempo de antena = desperdicio.

Apesar de os inquéritos de opinião não demonstrarem exactamente a realidade, este que eu encontrei em http://jn.sapo.pt/paginainicial/ tem resultados bem expressivos, que mostram o que realmente não é novidade para ninguém. Ouso afirmar que os tempos de antena para campanhas políticas são apenas sinónimo de uma grande chatice e de enormes quantias gastas desnecessariamente.

Os tempos de antena influenciam o seu voto?
Sim: (76) 6%
Não: (1212) 94%

Sr. Engenheiro!!!

"Sem eira nem beira"

Consta que esta música dos Xutos & Pontapés, baseada em factos reais, tem sido alvo de censura. Que eu saiba existiu uma revolução a 25 de Abril de 1974 que supostamente acabou com este tipo de situações. Por isso, creio que o melhor é divulgar.
Ao que nós chegámos!

Ozono em excesso

Segundo a Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional do Centro, ontem os valores de ozono troposférico em vários concelhos da Zona Centro, entres eles Pombal, ultrapassaram o limite de segurança, que é 180 mg/m3. Muitos não sabem, mas ao contrário do que se poderia pensar, elevadas concentrações de ozono não são benéficas para o ser humano, antes pelo contrário, sendo uma consequência das atitudes nefastas que temos tido para com o ambiente. Assim, os valores de ozono têm subido ao longo dos anos, começando a ser preocupantes, sendo frequente ultrapassar os limites nos dias de maior luminosidade, tal como aconteceu ontem.

Para quem não sabe, é muito perigoso a exposição ao ozono em grandes quantidades, sendo os principais sintomas tosse, dor de cabeça, náuseas, dores peitorais, falta de ar, irritações oculares e danos na função pulmonar. E a longo prazo, todas estas situações tomam proporções superiores, constituindo um factor desencadeante de doenças respiratórias ou agravante das mesmas.

Luís Figo

Dispensa apresentações. Todos conhecem esta grande figura do futebol, que elevou bem alto o nosso país, não só por ter sido considerado melhor jogador do mundo, mas por ser um grande homem, humilde, um verdadeiro líder, com garra, discreto na sua vida privada, respeitador, civilizado, praticante de um futebol de excelente qualidade, geriu a carreira de uma forma extraordinária e soube quando devia terminar o seu percurso enquanto futebolista, tanto na selecção nacional, como no Inter. Todo este valor foi demonstrado pela emoção vivida na sua despedida, em que não ouve rivalidades, mas sim um grande carinho, uma enorme estima e um natural reconhecimento.

É pena termos poucos como este, se não ninguém parava Portugal.

Fica aqui a ligação para um vídeo que mostra alguns dos momentos importantes desta grande figura.