Este meu comentário surge na sequência do artigo da autoria de João Nogueira dos Santos publicado no Semanário Expresso de 15 de Janeiro de 2011. Nesse artigo, o autor faz jus ao projecto de promoção da participação política dos cidadãos. Até aqui nada de negativo, bem pelo contrário, uma vez que concordo ser importante aproximar as pessoas da política, e da actividade política, sendo a integração de partidos políticos um meio eficaz para tal. No entanto, não é o único. A título de exemplo, temos cada vez mais movimentos cívicos, que são outra forma de aproximação e de responsabilidade dos cidadãos perante os destinos políticos.
Voltando à questão partidária, julgo que é excessivo atribuir a origem dos “principais problemas que hoje se apontam aos partidos” ao facto de a grande maioria dos cidadãos não participar nas suas estruturas. E porque não pensar na origem da demissão dos cidadãos em participar nos partidos políticos? O descrédito é uma realidade, cada vez mais frequente. Quem entra de novo nos partidos, dificilmente consegue fazer valer um espírito de mudança. Ou se subjuga ao esquema interno do partido e às ideias e formas de actuação implementadas pelos seus órgãos, ou se é remetido à minoria e rejeição, que não têm quaisquer efeitos práticos dentro ou fora do partido.
Dir-me-ão que nada se consegue sem esforço, sem aguentar algumas dificuldades, sem suportar as agruras de ter que caminhar ao lado de opiniões divergentes. Mas vale a pena fazer esforços que apenas esgotam? Vale a pena o sacrifício por um objectivo que para além de difícil de cumprir em situações normais, se torna quase impossível perante as rasteiras e a falta de força comum? Ou devemos ser realistas, e canalizar as nossas energias para a prática associativa, para uma formação que nos permita contribuir positivamente para os destinos do nosso país, criar ou integrar movimentos cívicos, apoiar pontualmente actividades políticas. Cada um é dono de si, e deverá se capaz de analisar as circunstâncias e o meio em que está inserido, escolhendo o que poderá ser o melhor para si e para o seu contributo na sociedade civil. Esta capacidade de análise que refiro, também diz respeito à própria análise prévia dos partidos. Infelizmente deparamo-nos com muitos preconceitos que levam a descrédito infundado, ou mesmo equívocos relativamente à orientação partidária.
Não posso deixar de referir que, efectivamente, os partidos precisam de pessoas. E muitos, principalmente a nível local, sentem a sua actividade ameaçada por falta de participação. Mas a falta de participação não é a origem, é o resultado de más orientações, ou estratégias e políticas pouco definidas.
É fácil entramos num discurso falacioso por generalização. No entanto, creio ser injusto atribuir a culpa do que acontece nos partidos a quem não participa activamente nas suas estruturas. Também considero injusto atribuir essa não participação activa nos partidos a desresponsabilização, porque há muitas pessoas que não pertencendo a partidos políticos encontram outras formas de participação cívica, assumindo responsabilidades e cargos que resultam num contributo positivo para a sociedade. Claro está que não são assim tantos, mas há que pelo menos tentar não ser injusto com aqueles que fazem alguma coisa, de forma a não promover também a desmotivação em relação a actividades alternativas aos partidos políticos.
Voltando à questão partidária, julgo que é excessivo atribuir a origem dos “principais problemas que hoje se apontam aos partidos” ao facto de a grande maioria dos cidadãos não participar nas suas estruturas. E porque não pensar na origem da demissão dos cidadãos em participar nos partidos políticos? O descrédito é uma realidade, cada vez mais frequente. Quem entra de novo nos partidos, dificilmente consegue fazer valer um espírito de mudança. Ou se subjuga ao esquema interno do partido e às ideias e formas de actuação implementadas pelos seus órgãos, ou se é remetido à minoria e rejeição, que não têm quaisquer efeitos práticos dentro ou fora do partido.
Dir-me-ão que nada se consegue sem esforço, sem aguentar algumas dificuldades, sem suportar as agruras de ter que caminhar ao lado de opiniões divergentes. Mas vale a pena fazer esforços que apenas esgotam? Vale a pena o sacrifício por um objectivo que para além de difícil de cumprir em situações normais, se torna quase impossível perante as rasteiras e a falta de força comum? Ou devemos ser realistas, e canalizar as nossas energias para a prática associativa, para uma formação que nos permita contribuir positivamente para os destinos do nosso país, criar ou integrar movimentos cívicos, apoiar pontualmente actividades políticas. Cada um é dono de si, e deverá se capaz de analisar as circunstâncias e o meio em que está inserido, escolhendo o que poderá ser o melhor para si e para o seu contributo na sociedade civil. Esta capacidade de análise que refiro, também diz respeito à própria análise prévia dos partidos. Infelizmente deparamo-nos com muitos preconceitos que levam a descrédito infundado, ou mesmo equívocos relativamente à orientação partidária.
Não posso deixar de referir que, efectivamente, os partidos precisam de pessoas. E muitos, principalmente a nível local, sentem a sua actividade ameaçada por falta de participação. Mas a falta de participação não é a origem, é o resultado de más orientações, ou estratégias e políticas pouco definidas.
É fácil entramos num discurso falacioso por generalização. No entanto, creio ser injusto atribuir a culpa do que acontece nos partidos a quem não participa activamente nas suas estruturas. Também considero injusto atribuir essa não participação activa nos partidos a desresponsabilização, porque há muitas pessoas que não pertencendo a partidos políticos encontram outras formas de participação cívica, assumindo responsabilidades e cargos que resultam num contributo positivo para a sociedade. Claro está que não são assim tantos, mas há que pelo menos tentar não ser injusto com aqueles que fazem alguma coisa, de forma a não promover também a desmotivação em relação a actividades alternativas aos partidos políticos.