quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ainda as actas...

Na acta está escrito: “(…) não permito que ninguém diga que eu sou desonesto e que vou receber uma colher de chá” (Acta nº0006/AM/09, de 29-12-2009, p.31). O Eng. Rodrigues Marques disse: “(…)não permito que um cara de gaita diga que eu sou desonesto e que vou receber uma colher de chá”

Relativamente ao “não me chateies” do Carlos Queirós, ainda se pode dizer que foi erro de tradução, mas neste caso (embora às vezes não pareça) falamos todos a mesma língua. Na minha terra “cara de gaita” não é sinónimo de “ninguém”, e mesmo que fosse, há que redigir conforme ao que é dito. Assim temos uma aproximação à realidade, senão podemos estar a contribuir para interpretações erradas.

A verdade é que a acta foi aprovada por unanimidade, apenas com as abstenções óbvias dos deputados que não estiveram presentes. O visado, Dr. Fernando Carolino, não esteve presente na reunião em que a acta foi aprovada, facto que é importante ter em conta, uma vez que se mostrou tão ofendido com as palavras do Engenheiro e ameaçou tomar providências para que este fosse punido.

Onde está o rigor, a competência, a exigência, a minuciosidade, o respeito, a responsabilidade, a explicação? (já pareço o NM a falar...MEDO)

Finalmente...as actas!

O regresso de férias (rentrée, para os que gostam de estar na moda) da AM Pombal foi assinalado por uma publicação muito especial, e que estava difícil de acontecer, das actas respeitantes às reuniões realizadas no presente mandato. Quatro de uma vez, vêm provar que este órgão regressa com um grande vigor, que se julgava inexistente. Depois da impotência demonstrada na quase nula resposta ao “caso do desfalque”, temos razões para acreditar que as férias possam ser o viagra da nossa AM. Até ao fim do mês comprovaremos se os Vereadores, Deputados e Presidentes de Junta também tomaram a sua dose de vitalidade.

Quando falamos na relação literatura-cinema, regra geral, primeiro dá-se a publicação da obra escrita, e só depois a possível adaptação para filme, que se traduz comummente numa desilusão. Na AM, primeiro trata-se do filme, e só depois da adaptação à escrita. O denominador comum, é mesmo o sentimento de desilusão.
Apesar de ser mais formal e selectiva, a versão escrita tem adaptações que se traduzem na perda de alguns pormenores interessantes que mostrariam o real ambiente da AM. A título de exemplo, a supressão das didascálias(1) do Presidente da AM.
Também há critérios que aparentemente não estão bem definidos, sendo que algumas intervenções do Presidente da Câmara e do Presidente da Assembleia são resumidas em termos de conteúdo, em vez de se proceder à sua transcrição.
Nesta altura o Senhor Presidente da Assembleia deu a palavra ao Senhor Presidente da Câmara que teceu as considerações que entendeu”. (Acta nº0002/AM/10, de 30-04-2010, p.36) Uma excelente forma de resumir!
E há perdas de identidade assinaláveis, como a não inclusão do “pá” que caracteriza o António Carrasqueira.

Mas foram aprovadas, e isso é que interessa, se houvesse erros seria quase impossível que escapassem às dezenas de pessoas que as leram.

(1)Foi usado o termo didascália, pois o autor não conseguiu encontrar uma palavra simpática que significasse comentários descabidos, inoportunos, cómicos, informais, inconvenientes, por vezes completamente descontextualizados, sem rigor, descabidos, com elevada dose de tendenciosismo e parcialidade. Ainda se pensou recorrer a um romance de Dostóievski, mas optou-se por deixar de lado estrangeirices e literatura, com receio de suspeitas de gosto pelas actividades características dos intelectuais.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ano de centenário

"100 anos da República". Há alguém que ainda não se tenha apercebido? Não acredito. São inúmeras as iniciativas integradas no Centenário da Implantação da República.


Gostaria de destacar o livro "1910 - uma antologia literária", que reúne 6 contos de 6 autores portugueses de renome.


  • "O Golpe do Ascensor da Biblioteca", de Luísa Costa Gomes
  • "Crónia de Um Busto", Mário Cláudio
  • "Bildung", Mário de Carvalho
  • "O Rosto de Portugal", Miguel Real
  • "1910", Teolinda Gersão
  • "Viva a República!", Urbano Tavares Rodrigues

"(...) este Cinco de Outubro tinha de ser uma grande demonstração de luta pela unidade de todas as forças antifascistas, contra a repressão, pela liberdade, pela paz e pelo pão. impunha-se convocar todos os democratas, todos os homens e mulheres honrados, para transformar a comemoração do Cinco de Outubro numa jornada (...)", Mário de Carvalho