domingo, 10 de outubro de 2010

Ponto 2.1 - DESVIO DE VERBAS

(No seguimento das "generalidades". Porque não faz sentido não publicar também este pedacinho)

O Presidente da AM faz uma introdução, na qual esclarece que o processo ainda está em fase de investigação, sendo abrangido pelo Segredo de Justiça. E que a violação desta regra é passível de pena. E recorda que a gravação da AM poderá ser solicitada para uso judicial.

ODETE ALVES
Lamentou o facto da resposta ao requerimento entregue a 9 de Agosto chegar tão tarde. Esclarece que o Partido Socialista nunca pretendeu informações abrangidas pelo Segredo de Justiça, nem do Carácter Secreto dos processos disciplinares, mas sim questões objectivas e que poderiam ser feitas a qualquer momento por qualquer deputado. (RM: “E porque não fizeram?”)
Fez uma pequena abordagem cronológica da actuação do PS no caso em questão, e verbalizou as perguntas formuladas no requerimento e que podiam ser respondidas sem comprometer qualquer ordem do secreto.

JOÃO COUCELO
Refere que há organismos responsáveis pelos processos, e que apesar de preocupado em saber como é que uma situação deste tipo pode acontecer numa Câmara certificada e pautada pela boa gestão de dinheiros públicos, considera que não se deve fazer um aproveitamento político partidário disso. No entanto compreende que a oposição o faça.
Diz ainda que a AM tem o dever de fiscalizar os actos da Câmara, mas seria prudente esperar o avanço das investigações.

FERNANDO CAROLINO
Pretende analisar a vertente política desta questão. (RM:”E os vereadores do PS não dizem nada?”). Há que apurar responsabilidades. (Adelino Mendes: “Não têm pelouro”). Há uma grande facilidade em acusar de imediato terceiros, de forma a fugir às responsabilidades. O responsável é o Presidente da Câmara Municipal de Pombal. (RM: “E os outros oito?”. Há responsabilidade política e responsabilidade administrativa, não esquecendo que existe uma real ligação entre ambas. Não se percebe como é que as lacunas passaram despercebidas. É notório que não houve acompanhamento do serviço de tesouraria, pelo que é legítimo questionar se já existe. Há responsáveis directos, que devem admitir os seus erros.

RODRIGUES MARQUES
Dá uma aula de como conseguir as informações, recorrendo a exemplos do tempo em que o Dr. Armindo Carolino era Presidente da CMP. “Nós tentávamos saber coisas através dos meios mais mirabolantes.”
Faz a defesa do presidente da Câmara, uma vez que a ser responsabilizado, não se pode colocar de fora parte do executivo, pois todos têm responsabilidades políticas, incluindo os vereadores do PS.
“Eu fiz malandrice, utilizei estratégias, utilizei tácticas, mas nunca recusei responsabilidades.”

JOÃO COUCELO
Responde ao Dr. Fernando Carolino, referindo que este não tem o direito de fazer sobreposição de responsabilidades, nem de julgar. E relativamente à AM Extra: “É uma perfeita estupidez no ponto de vista das averiguações.”

FERNANDO CAROLINO
Defende-se, dizendo que não julgou nem condenou ninguém, apenas apontou o responsável político pela situação. Referiu que há responsabilidades políticas inerentes, por um colégio político chamado PSD, liderado pelo Narciso Mota.

NARCISO MOTA
Relativamente ao assunto mais aguardado, o Presidente da Câmara fez um discurso muito sentido em mostrou a sua preocupação, indignação, revolta, num acontecimento que o “consternou como nunca nenhum assunto”. Revoltado também, com o facto de alguns deputados porem em cheque a sua humildade. A sua indignação e sentimento de injustiça é evidente quando refere “Nunca tomei decisão nenhuma na minha vida que pusesse em causa a CMP” e “Nunca ninguém me corrompeu”.
Não só esclareceu o seu percurso profissional, como repetiu várias vezes que em toda a vida apenas respondeu a dois anúncios de emprego, sendo que os restantes cargos desempenhados, surgiram na sequência de convites. Refere ainda que em prol da CMP abdicou de lugares muito relevantes e bem pagos.
É notório o descontrolo do presidente que após proferir a declaração “Se eu fosse responsável, eu assumia a responsabilidade desta conta”, dá um forte murro na mesa (o primeiro da noite).
E dirige-se de forma particular ao Dr. Fernando Carolino, chamando-o de demagogo, e referindo que “será incompetente toda a vida”.
Procedeu à leitura cronológica dos acontecimentos desde que foi informado das irregularidades. Os vereadores iam dando pequenos toques para que o presidente não falasse demais.
“Haja ética, haja responsabilidade, haja formação, haja princípios e respeito”
O Américo Ferreira é que já estava a ficar mais descontrolado que o presidente, mas o Eng. Rodrigues Marques conseguiu controlar a situação.

É importante referir que o Eng. Rodrigues Marques fez um pedido para passar ao ponto 2.2, que deixou indignada a Bancada socialista que abandonou a reunião, que contava pontos até ao 2.14. Mas esta parte já todos sabem através da comunicação social.

1 comentário:

  1. Fantástico apontamento sobre a Assembleia Municipal. (Ler o seu texto só tem paralelo no que às vezes se lê no Diário das Sessões da Assembleia da República.) As actas da Câmara e da Assembleia deviam ser assim, claras e não estarem cheias de charadas, como aquele frequente: «que aqui se dão como reproduzidas». Bem-haja menina JA.
    Saudações e sentido abraço amigo.

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