Como sabemos, os medicamentos que dispomos, antes de serem colocados no mercado são alvo de inúmeros testes a fim de comprovar a sua eficácia e controlar os possíveis efeitos secundários. Uma das fases de teste passa pela utilização de animais, em laboratório.
Acontece que muitas organizações de defesa dos animais têm vindo a contestar a sua utilização em experiências, que apesar de terem como finalidade melhorara a qualidade de vida do homem, comprometem a vida de muitos animais inocentes.
A comunidade científica prepara-se para acabar com a realização de testes em animais, dando lugar a experiências de base exclusivamente laboratorial e técnica, não representando assim quaisquer danos em animais, mas que pode eventualmente comprometer a viabilidade dos medicamentos colocados no mercado. É verdade que mesmo a experimentação em animais não é uma garantia de sucesso, uma vez que não há nenhum animal com características funcionais e estruturais exactamente iguais ao homem.
Creio que, por enquanto, os animais deveriam continuar a constituir uma forma de experimentação, desde que fossem cumpridas à risca as normas que regem a mesma, principalmente porque se olharmos para os benefícios tanto para animais como para humanos da descoberta de novos fármacos que possam vir a constituir forma de cura de patologias que até ao momento ainda não têm forma de ser tratadas.
Infelizmente, talvez as reivindicações surjam pelo facto de se saber que alguns laboratórios não tratam os animais com dignidade, chegando estes a ser torturados, e muitas vezes tendo destino incerto.
Se pensarmos bem, será válido experimentar medicamentos directamente em humanos, sem testes prévios que permitam um elevado grau de confiança em resultados positivos, ou que pelo menos não sejam excessivamente negativos para o homem? Estamos dispostos a correr esse risco em prol da defesa dos animais? Se não fosse este método, como teríamos agora uma diversidade tão grande de fármacos para a maioria das doenças? Teríamos evoluído num outro sentido ou ainda morríamos vítimas de pequenas constipações ou de outras patologias agora facilmente tratáveis?
Em suma, considero que o uso de animais deve ser ponderado, sendo levado a cabo apenas quando os testes têm como fim descobrir produtos que tragam benefícios para a humanidade, devendo a regulamentação ser mais apertada e a sua aplicação alvo de maior fiscalização.